sábado, 20 de agosto de 2011

Livro: “O Príncipe” de Nicolau Maquiavel


O livro foi escrito no fim da idade média. Seu nome original seria “Dos Principados”, porém os primeiros redatores da obra viram que esse nome poderia mudar.

Terminei a leitura do livro e mostrarei aqui, muito resumidamente, o conteúdo do livro, que foi escrito como conselhos para alguém na posição de príncipe, que deliberei mais louvável. Serve também, na atualidade, para alguém que detenha a posição de chefe, ou em qualquer posição que sua opinião é a última.

Sobre quando o príncipe conquista um estado, ele deve atentar a extinguir a linhagem de seu antigo príncipe e não modificar ainda suas leis, impostos e costumes bruscamente, de forma que o povo se acostume com a situação e se acomode nela até ela se tornar comum para eles. Só assim poderás mantê-lo seu para muito tempo. Se esse território conquistado for de algum valor, construir um lugar onde seja sua casa nele e o povo saiba que você de alguma forma tenha residência lá é muito bom para a manutenção dele. Outra questão é que, é mais proveitoso, ao invés de formar bases militares e mandar soldados para lá, seja o de aos poucos mandar colonos do teu antigo estado para morar lá em seu novo estado.

Sobre as atrocidades que talvez o novo príncipe tenha de fazer em terras conquistadas (como por exemplo, o extermínio dos membros da antiga nobreza) é bom que sejam feitas todas de uma vez.

Sobre a invasão de um novo estado, é mais fácil invadir um estado que possui vários líderes em seu meio, pois as tropas são descentralizadas. Porém é mais difícil, depois de conquista-lo, mantê-lo para si. Tudo isso é inverso quando um estado possui uma só liderança. Conquistar é uma coisa e conservar é outra.

O príncipe recolherá o tributo e criará um governo oligárquico com alguns do povo que ele escolher, porém que seja certo que esse governo não poderá suster-se sem a sua simpatia, vontade e sem o seu poder. Importante, também, é ajudar os fracos do povo e submeter os poderosos. Ou se tem o apoio do povo ou da elite. Do povo é melhor, pois a única coisa que ele pede é que não haja opressão por parte do governo. Satisfazer os anseios do povo, e dos nobres com puder. Benevolência popular é ótima. Ser muito liberal com os tributos e as taxas fiscais não é proveitoso. O ideal são taxas e tributos altos juntamente com bons resultados.

O príncipe eleito por seus méritos e competência é mais difícil alcançar o principado, mas quando alcança permanece por mais tempo. Já com o príncipe eleito pela sorte, ou indicação sem os seus méritos e competência, acontece o contrário.

Só consegue introduzir um novo sistema ou ordem social quem tem o poder (armas) à mão.

Uma cidade com defesa forte e suprimentos para um ano de cerco, mesmo pequena é mais independente e respeitada politicamente.

As bases de um bom estado é a lei e o exercito. Os capitães do exército devem ser homens bravos e respeitarem (estarem sob) a lei do principado.

O principal trabalho e arte do príncipe é a guerra: exércitos militares, organização e disciplina. Em época de paz deve cuidar de evoluir as capacidades militares de seu principado.

É melhor ser temido do que amado, pois amado você está nas mãos do favor e da vontade dos homens, que são maus e infiéis por natureza. Portanto os homens não podem o estimar, mas o temer para que ajam corretamente. Grandeza, coragem, austeridade e firmeza por parte do príncipe, assim não há traição ou rebeldia.

O príncipe deve parecer (usar a dissimulação) nos seus atos, palavras e promessas sempre como bom e fiel. E sempre que preciso usar a lei e a força. Porém não se pode atrair o ódio e o desprezo dos homens; o ódio surge quando se atenta ou se usurpa o patrimônio ou a honra dos homens.

Em um principado existem as ameaças internas e as capacidades externas. Essa última é a mais importante para o príncipe se preocupar, pois é no que o povo se importa mais.

Às vezes ter inimigos faz bem para subjuga-los e aumentar sua grandeza.

Os súditos devem ser premiados ou punidos conforme merecerem e de modo que isso repercuta (seja divulgado) fortemente. É necessário dispensar atenção aos subgrupos da sociedade. Também se tem que conceder festas aos súditos.

Deve-se saber ser verdadeiro aliado e verdadeiro inimigo, e nunca se mostrar em cima do muro e neutro com outros principados.

Prudência: tomar por bom o que é menos ruim.

Na questão da escolha dos ministros deve-se trabalhar muito para que sejam capazes e fiéis. Deve-se atentar para os que não vão nunca pensar em si próprios, mas na vontade do príncipe. Esse deve ocupa-los e enriquecê-los com presentes para que eles se contentem e saibam que só terão esses privilégios continuando sobre sua proteção.

As cortes se acham repletas de aduladores que são uma peste. Na questão dos conselheiros escolhidos por ti, eles têm que saber que não estariam te contrariando ao dizer-te a verdade. Somente a alguns homens o príncipe dará essa liberdade de dizerem a verdade e somente pelos motivos que o fazem perguntados. O príncipe ouve a opinião e depois decide por si mesmo ao seu modo. Eles devem saber que quanto mais livremente o falarem, melhor serão vistos.

É na dificuldade que o homem mostra sua bravura.

Metade das coisas na vida é a sorte e a outra metade são os méritos e a competência.

A sorte é como um rio em que você deve prever as cheias construindo barragens e diques.

A maioria só enxerga e não sente. A minoria que vê a verdadeira realidade não tem força contra a maioria que está apoiada no que parece.

Nenhum comentário: