sexta-feira, 13 de maio de 2011

Santo Tomás de Aquino

A biografia de Tomás de Aquino não apresenta momentos dramáticos, podendo ser sintetizada nas etapas principais de uma vida inteiramente dedicada a meditação e ao estudo.

Nasceu em 1225 e estudou inicialmente sob a orientação dos monges beneditinos da Abadia de Monte cassino e, em 1244, ingressou na ordem dos Dominicanos. Um ano depois encontra-se em Paris, onde continua a formação teológica com Alberto Magno. Em 1259 se gradua doutor em teologia. Lecionou muito tempo em Paris e em várias cidades da Itália. Morreu em 1274 com apenas 49 anos de idade.

Ele foi um estudioso incansável e se empenhava em trabalhar ordenando o saber teológico e moral acumulado na Idade Média. Sua obra mais celebre é uma de suas últimas, apesar de não ter sido concluída: a Suma Teológica.

No contexto da época de São Tomás de Aquino, havia em Paris um conflito intelectual que opunha o conhecimento pela fé (teologia) ao conhecimento pela razão (filosofia). A crença na revelação bíblica às investigações dos filósofos gregos. Os conflitos já vinham de algum tempo, mas acentuaram-se depois da divulgação da filosofia aristotélica, graças a traduções feitas na segunda metade do sec. XII. Os filósofos argumentaram que a doutrina aristotélica possuía um conteúdo muito distinto da concepção cristão do mundo. Então depois de vários decretos papais tentando controlar a questão, houve um processo de conciliação entre a filosofia aristotélica e o cristianismo, que só veio a se tornar possível graças ao espírito analítico, à capacidade de ordenação metódica e a habilidade dialética de Tomás de Aquino, que aliava a um profundo sentimento de fé cristã.

Para Aristóteles a distinção entre essência e existência é puramente conceitual, lógica. São Tomás de Aquino altera num ponto básico o conteúdo da filosofia aristotélica, embora conservando seu arcabouço racional convertendo essa distinção entre essência e existência em ontológica, real. Assim ele conclui que a definição da essência das criaturas não implica sua existência e, portanto, elas não existem por si mesmas, e sim devido à outra realidade.

Apenas em Deus haveria identidade entre essência e existência. Ele é o ser pleno, nada podendo ser-Lhe atribuído e nada Lhe faltando. Deus é imóvel e eterno, pois não é possível conceber Nele nenhuma transformação. Deus é a perfeição pura.

A partir daí, São Tomás de Aquino propõe as [i]5 Vias que Levam a Deus, ou [i]5 Vias em que a Razão pode Provar a Existência de Deus.

Na antropologia tomista o homem aparece como um ser dotado de duplo compromisso: por sua alma pertence aos seres imateriais e transcendentes, e pelo corpo pertence aos seres materiais e corpóreos. A alma humana é, assim, um horizonte onde se tocam o mundo dos corpos e o dos espíritos.

O fim do homem, para Santo Tomás é o aperfeiçoamento de sua natureza, o que somente pode cumprir-se em Deus. A finalidade última das ações humanas transcenderia, portanto, ao próprio homem, cuja vontade, mesmo que ele não o saiba, leva-o a dirigir-se ao ser supremo.

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